A cena é comum: um curto-circuito na cozinha, uma vela esquecida acesa, ou um aparelho sobrecarregado. Em poucos minutos, o que parecia só um susto vira um incêndio. E nesse momento, muitos pensam: “Se eu tivesse um extintor de incêndio aqui, dava pra apagar antes de piorar”. Mas afinal, vale mesmo a pena ter um extintor em casa?
A resposta não é tão simples quanto parece, e vai muito além da obrigação legal. Estamos falando de segurança da família, do seu lar e, muitas vezes, de evitar um prejuízo que poderia ser resolvido com um equipamento simples e acessível.
O que diz a lei sobre extintores em residências?
Ao contrário do que acontece com carros e estabelecimentos comerciais, não existe uma obrigatoriedade legal para residências terem extintor de incêndio no Brasil. Ou seja, você não é obrigado a ter um em casa.
Porém, em condomínios e prédios, o cenário muda. O Corpo de Bombeiros exige que o edifício como um todo esteja equipado com sistemas de combate a incêndio, incluindo extintores em áreas comuns.
Mesmo sem obrigação, muita gente escolhe comprar um extintor residencial por prevenção. E essa decisão pode fazer toda a diferença.
Por que ter um extintor de incêndio em casa?
Ter um extintor em casa é como ter um seguro: você espera não usar, mas se precisar, vai agradecer por ter.
Confira os principais motivos:
- Incêndios começam pequenos. Um extintor pode impedir que se tornem incontroláveis.
- Evita danos materiais maiores e perda de documentos, eletrônicos ou utensílios importantes.
- Protege sua família, animais de estimação e vizinhos.
- Pode ser utilizado enquanto os bombeiros estão a caminho.
Segundo dados do Instituto Sprinkler Brasil, a maioria dos incêndios residenciais ocorre por descuido com elétricos, cigarro, velas e óleo na cozinha. Ou seja, situações comuns no dia a dia.
Quais os tipos de extintores recomendados para residências?
Nem todo extintor é igual. Cada um serve para um tipo de fogo. Escolher errado pode piorar a situação.
Os mais indicados para casa são:
Extintor de pó químico seco (ABC)
É o mais versátil. Combate:
- Incêndios com papel, madeira e tecidos (classe A)
- Incêndios com líquidos inflamáveis, como óleo de cozinha (classe B)
- Incêndios elétricos (classe C)
Esse modelo é ideal para ter em casas e apartamentos, especialmente perto da cozinha e lavanderia.
Extintor de CO2
Mais indicado para eletroeletrônicos, como computadores e televisores, pois não deixa resíduo.
Não substitui o de pó químico, mas pode complementar a proteção.
Onde instalar o extintor dentro de casa?
A localização faz toda a diferença. Um extintor escondido atrás de um armário não ajuda em emergências.
Dicas importantes:
- Deixe em locais de fácil acesso, visíveis e livres de obstáculos
- Evite lugares muito altos ou baixos
- Instale próximo às áreas de maior risco, como cozinha e lavanderia
- Mantenha longe do alcance de crianças
Um suporte fixo na parede ou pedestal próximo à porta é uma ótima escolha.
Quanto custa um extintor residencial?
O preço varia conforme o tipo, capacidade e fabricante. Em média:
- Extintor de pó químico seco de 4 kg: entre R$ 90 e R$ 140
- Extintor de CO2 de 6 kg: entre R$ 250 e R$ 400
Vale lembrar que é um investimento de longa duração. A validade costuma ser de 1 ano (selo do INMETRO), mas a recarga não custa caro.
Evite comprar em locais não confiáveis. Sempre exija nota fiscal e verifique o selo de certificação.
Extintor de incêndio substitui os bombeiros?
Não. O extintor é uma ferramenta de primeira resposta, não uma solução definitiva. Em caso de fogo fora de controle:
- Tire todos de casa imediatamente
- Ligue 193 (Corpo de Bombeiros)
- Use o extintor apenas se estiver seguro
Nunca arrisque sua vida tentando apagar um incêndio que já saiu do controle.
O que mais posso fazer para prevenir incêndios em casa?
Além do extintor, boas práticas fazem toda diferença. Veja algumas:
- Não sobrecarregue tomadas
- Desligue aparelhos da tomada ao sair
- Nunca deixe velas acesas sem supervisão
- Cuidado com panelas no fogo
- Tenha detector de fumaça nos cômodos principais
E lembre-se: prevenir é sempre melhor do que remediar.
E se eu morar em apartamento?
Mesmo que o prédio já tenha extintores nas áreas comuns, nada impede de ter um dentro do apartamento. Isso é ainda mais importante se você mora em andares altos, onde a evacuação é mais lenta.
Muitas ocorrências em condomínios começam em dentro de uma unidade e se espalham. Ter um extintor por precaução pode evitar tragédias.
Qualquer um pode usar um extintor?
Sim. O funcionamento é simples, mas o ideal é que os moradores saibam previamente como utilizar.
As principais dicas:
- Leia o r- Leia o r\uótulo antes
- Retire o lacre de segurança
- Aponte para a base do fogo, não para as chamas
- Pressione a alavanca de forma firme
Algumas empresas oferecem treinamento rápido de uso de extintores, especialmente em condomínios ou através de campanhas da CIPA.
Manutenção: precisa fazer?
Sim. Todo extintor precisa de manutenção regular. O principal é:
- Verificar a validade (selo do INMETRO)
- Checar se não há amassados ou vazamentos
- Conferir o ponteiro do manômetro (em verde está OK)
A recarga anual é obrigatória mesmo que ele não tenha sido usado. E sempre deve ser feita por empresa credenciada.
Ter extintor em casa é coisa de exagerado?
Muita gente acha que não precisa porque nunca passou por isso. Mas basta um acidente doméstico para mudar de ideia. Quem já viu um príncipio de incêndio de perto sabe como o tempo é curto e a reatividade é tudo.
Extintor residencial não é luxo. É uma medida simples que traz tranquilidade, principalmente em casas com crianças, idosos ou muitos eletrônicos.
Quem se antecipa não entra em pânico quando o imprevisto aparece.
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