É uma tradição antiga nos mosteiros manter abelhas. Isso é particularmente verdade na Rússia, onde relatos de peregrinos monásticos ao longo dos séculos retratam um quadro de monges trabalhando diligentemente entre as colmeias do mosteiro com o nome de Jesus em seus lábios – um nome “mais doce que o mel e o favo de mel” (Salmo 19:10).
Sobre as abelhas
As abelhas, na verdade, fornecem um serviço muito prático ao nosso mosteiro de várias maneiras. A maneira mais óbvia é através da produção de mel. O mel produzido por mosteiro é uma adição saborosa à mesa da irmandade e também serve como fonte de apoio financeiro para o mosteiro através da venda de mel de diferentes variedades e sabores. O mel faz parte de vários produtos do mosteiro.
O sabor
À medida que diferentes flores florescem e murcham nas montanhas ao redor do mosteiro ao longo da primavera, o sabor do mel de flor selvagem muda de acordo com o tipo de néctar e pólen disponíveis para as abelhas reunirem. Assim, a produção de mel do mosteiro tem uma conexão íntima com a terra e o ciclo climático local, e por isso cada lote de mel é verdadeiramente único.
Não só o ciclo terrestre e climático afeta nosso mel, mas a abelha desempenha um papel vital no próprio ecossistema local. Plantas e flores dependem da polinização das abelhas. Essa polinização de frutas, legumes, frutos e grãos floridos afeta muito nosso jardim do mosteiro e o suprimento de alimentos locais, já que a polinização de insetos produz mais de 30% de todos os alimentos comidos pela humanidade. Muitos animais também dependem de plantas polinizadas para suas dietas. Por essa razão, a abelha desempenha um papel importante na manutenção da ordem da natureza.
As abelhas e o meio ambiente
Embora mal notemos a abelha enquanto ela diligentemente faz seu trabalho, notaríamos uma mudança drástica em nosso mundo se não fosse pelas abelhas. Nesse sentido, monges e abelhas compartilham algo em comum. Embora o monge passe seu dia em oração silenciosa e obediência firme em seu trabalho, ele muitas vezes não é notado pelo mundo ocupado ao seu redor. No entanto, como com a abelha, o mundo seria um lugar muito diferente sem monges, e os Padres da Igreja até dizem que são as orações dos monges que sustentam o mundo inteiro.
Parábola da mosca e da abelha
O ancião Paisios do Monte Athos conta uma parábola da mosca e da abelha. A mosca não sabe nada sobre onde encontrar flores bonitas, só sabe sobre lixo e sujeira. Se perguntarmos à abelha, por outro lado, para nos mostrar onde está o lixo, podemos imaginar que a abelha responderia: “Eu não sei. Eu só posso dizer onde encontrar flores, doces, mel e açúcar.”. A abelha só conhece as coisas boas, explica o Ancião Paisios, e é ignorante de todo o mal. Assim, o monge é chamado a ser como a abelha enquanto ele se esforça para se concentrar apenas no Bem-em Cristo – para que através da doçura da oração, obediência e trabalho duro, o monge possa produzir algo bonito para o Senhor e para o mundo ao nosso redor.